Governo de Goiás deu exemplo para o país no enfrentamento à violência na escola, diz especialista

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Coordenadora de um grupo de estudos sobre convivência escolar e formação ética na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Telma Vinha veio a Goiânia para participar de seminário sobre paz nas escolas, realizado no auditório da Seduc Goiás 

O Estado de Goiás é um bom exemplo para o país no enfrentamento às recentes ameaças de ataques às escolas. A análise foi feita pela professora Telma Vinha, considerada hoje uma das maiores autoridades brasileiras nas áreas de convivência, conflitos e violência nas escolas.

Durante palestra no auditório da Seduc Goiás, nesta semana, Telma elogiou o trabalho articulado e intersetorial que vem sendo realizado pelo Governo de Goiás, por meio do Gabinete de Políticas Sociais, Organização das Voluntárias de Goiás e das secretarias estaduais de Educação, Saúde e Segurança Pública, com o apoio do Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Estadual de Educação.

De acordo com ela, mesmo que cada um desses parceiros tenha perspectivas diferentes de educação, os objetivos são os mesmos e estão articulados. “E isso é muito interessante, pois vocês se mobilizaram para construir e fortalecer cada vez mais as ações de prevenção e proteção que trarão bons resultados em médio e longo prazos”.

Goiás na vanguarda

Telma também elogia Goiás por sair na frente pela existência dessa rede de proteção, que conta com a participação de vários órgãos públicos e entidades. “Essas ações que estão sendo realizadas aqui de forma coordenada, outros Estados vão demorar anos e talvez nem consigam tornar isso realidade”, avaliou.
“Eu aprendi muito aqui e quero levar e compartilhar essa experiência para as palestras, debates e congressos dos quais participo. É inovadora a perspectiva pela qual vocês olham e buscam soluções para a violência na escola. Até hoje eu só vi isso em congressos internacionais”, acrescentou.

Coordenadora de um grupo de estudos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre o tema, Telma destacou a importância das autoridades discutirem políticas públicas e ações integradas direcionadas à prevenção da violência nas escolas.

Fenômeno complexo

Na avaliação da especialista, como se trata de um fenômeno novo, agravado pelo fato de os ataques violentos serem planejados e articulados no submundo das comunidades virtuais, o Brasil enfrenta um grande desafio. “O problema é complexo e exige uma série de ações que envolvem as áreas da assistência social, educação, saúde, segurança pública, justiça e direitos humanos”. 

Para Telma, uma das iniciativas que podem colaborar para uma melhor convivência dentro da escola vem da aplicação da lei nº 13.935/2019, que determina a contratação de psicólogos para atender a comunidade escolar. Ela, no entanto, alerta que a atuação desses profissionais não deve focar no atendimento clínico, mas na elaboração de ações coletivas que melhorem a qualidade do ambiente escolar.

Escola que acolhe

Segundo a especialista, um ponto em comum apontado pelas pesquisas na análise do perfil dos alunos que estão à frente dos ataques violentos às escolas é que todos eles tiveram uma experiência muito negativa relacionada ao ambiente escolar.

Nesse contexto, ela ressalta também o papel da instituição de ensino e aponta que a solução parte de dentro da escola também, reconstruindo e fortalecendo os vínculos da boa convivência, da amizade, da tolerância, da compreensão e do respeito à diversidade.

O comprometimento de gestores e professores é fundamental para um ambiente saudável, aponta ela, que sugere projetos nas áreas de cultura e esporte, de promoção de rodas de diálogos e escuta ativa dos estudantes. Ao poder público, cabe a formação continuada dos professores priorizando a mediação de conflitos e as competências socioemocionais.

“Essas ações são fundamentais para que as crianças e adolescentes que ali estão se sintam queridas, acolhidas, respeitadas e valorizadas. Isso melhora a autoestima, traz segurança e conforto. “A escola tem que ser humanizada para humanizar e isso significa investir em uma cultura de cuidado, de acolhimento e de pertencimento”, finaliza.

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Plano Estadual de Educação
Essa ação atende a meta 2, estratégia 2.15 do Plano Estadual de Educação (PEE)

 

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