Atendimento Educacional Hospitalar auxilia estudante a concluir sonho de cursar medicina

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Estudante da rede estadual recebeu atendimento domiciliar durante tratamento. Para ela, auxílio foi essencial para que conseguisse concluir o Ensino Médio

Quando a jovem Lara Maria Lemos Portilho foi diagnosticada com a doença de Crohn, uma enfermidade inflamatória e crônica, dar continuidade aos estudos não era uma opção. Sua mãe, Rosilez Lemos, conta que entre o atraso no diagnóstico, as constantes idas aos hospitais e a incerteza não era possível encontrar uma solução para garantir o acesso à escola.

Foi então que Rosilez Lemos, funcionária efetiva da rede estadual de Educação, conheceu o Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar (NAEH). Vinculado às Secretarias de Estado da Educação (Seduc) e da Saúde (SES), o núcleo disponibiliza atendimento pedagógico para crianças, jovens e adolescentes em tratamento hospitalar ou em condições especiais de saúde.

De acordo com a diretora do NAEH, Georgiene Káttia Tomé de Carvalho, o objetivo do núcleo é dar continuidade no processo de desenvolvimento e aprendizagem, evitando a defasagem idade/série, a evasão escolar e a reprovação, possibilitando a reinserção do estudante na escola regular. Para que isso seja possível, o NAEH oferta atendimento em classes hospitalares em dez hospitais públicos de Goiânia ou domiciliar, para casos onde a condição de saúde do aluno inviabiliza a frequência escolar.

Foram as aulas domiciliares que possibilitarem que Lara Maria, então matriculada no Colégio Estadual Maria Eulália de Jesus Portilho, pudesse concluir o Ensino Médio. A mãe da jovem conta que, à época, a estudante fazia viagens constantes do município de Piranhas para Goiânia para realizar seu tratamento.

“O Estado contratou uma professora para me auxiliar em casa quando, por motivos de saúde, eu não conseguia participar das aulas presenciais”, relata a jovem, relembrando a rotina que vivenciou entre os anos de 2014 e 2017.”.

Quatro anos após ver a filha concluir o Ensino Médio, a servidora celebra a vitória da filha: além de ter controlado a doença, a jovem foi triplamente aprovada no vestibular e deve cursar medicina a partir do próximo ano.

“Somos muito gratos por ter possibilitado o atendimento a nossa filha”, reforça Rosilez Lemos. Para ela, se não fosse o suporte do núcleo a jovem provavelmente teria desistido de sua escolarização ainda na última série do Ensino Fundamental.

“Os colegas passavam na nossa casa e falavam ‘Lara, vamos!’, mas ela não podia sair. Foi uma época bem complicada, principalmente porque ela estava entrando na adolescência”, relembra a Rosilez Lemos, descrevendo a rotina que vivenciou com a filha.

O NAEH

O Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar (NAEH), então denominado Projeto Hoje, iniciou seus atendimentos em agosto de 1.999 como fruto de uma parceria da Seduc com a Associação de Combate ao Câncer de Goiás. Desde então, Seduc e SES têm disponibilizado o apoio pedagógico domiciliar aos estudantes da rede estadual de Educação em condições especiais de saúde e classes hospitalares em 10 instituições médicas de Goiânia.

Em 2020, 216 alunos eram atendidos pelos NAEH, sendo 29 em acompanhamento domiciliar e 187 em classes hospitalares realizadas no:

– Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER);

– Hospital das Clínicas (HC);

– Hospital de Doenças Tropicais (HDT);

– Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG);

– Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL);

– Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO);

– Santa Casa de Misericórdia de Goiânia;

– Hospital Estadual Materno Infantil;

– Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta.

Diante da pandemia de Covid-19 e com o aumento das restrições, o núcleo precisou suspender as aulas presenciais. Ainda assim, os educadores utilizaram de recursos tecnológicos para dar continuidade no processo de ensino-aprendizagem dos alunos em condições especiais de saúde.

Além dos atendimentos pedagógicos, o núcleo realiza formação continuada semestral de professores; acompanhamento pedagógico aos professores, estudante e família; e assessoria para as Coordenações Regionais de Educação (CRE).

Para 2022, a perspectiva é que a equipe volte a atender presencialmente.

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